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𝚎__. · 3mo

Mimia, me conta sobre alguns livros que mudaram a sua percepção da vida de alguma forma. É pra tagarelar. 🎤

Nossa, Li, foram tantos! Acho que o legal da literatura é isso: se você for de cabeça mesmo e com a mente aberta, é possível que a sua vida e a sua visão sobre ela, sobre o mundo, seja completamente transformada. Mas tem um tópico (que abrange muitos outros) que me fez enxergar a vida muito além e parar de achar que tudo é 8 ou 80 e começar a pensar ali no equilíbrio, um 48 ou 58, você decide. Tem um livro do Murakami, o qual eu esqueci o nome agora (eu juro que vou caçar qual é), que ele diz que as coisas boas da vida são dúbias e depois que tive contato com Oscar Wilde, Elena Ferrante e até Sally Rooney, eu passei a apreciar melhor essa dualidade da existência humana. Já não me atrai mais tudo o que é bom 100% do tempo, uma coisa livre de fraquezas, defeitos e todos os sentimentos ditos ruins ou desprezíveis. Eu gosto de acolher essas partes também. Gosto da coisa crua, do desespero, do que é tão profundo que às vezes fica à flor da pele. Não sei se faz sentido e posso estar falando besteira, mas tudo o que é perfeito demais o tempo todo não me enche os olhos e eu ando cada dia mais querendo consumir tudo o que me mostra os dois lados da moeda, porque acho que o mundo é assim. Somos muitas coisas para querermos ser uma só.

Uma mini lista dos livros que me apresentaram esse tipo de visão sobre a vida:
O retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde.
O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Brontë.
Conversas Entre Amigos (e também Pessoas Normais), Sally Rooney.
Dias de Abandono e A Vida Mentirosa dos Adultos, Elena Ferrante.
Mandíbula, Mónica Ojeda.
O Incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação e também Oeste do Sol, Sul da Fronteira do Murakami.
Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres da Clarice.

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